Vygotsky aprendizado e desenvolvimento

OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento; um processo sócio­histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1997.

A teoria sócio­histórica da aprendizagem considera que a interação do indivíduo com o meio social é o componente determinante de suas aquisições cognitivas. Vygotsky (1896­1934) é o estudioso russo mais conhecido dessa corrente, cujas ideias foram influenciadas pelo marxismo.
Ele compreende o homem enquanto corpo e mente, enquanto ser biológico e social, enquanto membro da espécie humana e participante de um processo histórico. Três ideias centrais são consideradas os “pilares” do seu pensamento, a saber: a) as funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produto da atividade cerebral; b) o funcionamento psicológico fundamenta­se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num processo histórico; c) a relação homem/mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. O desenvolvimento psicológico não é um processo descontextualizado, universal: o funcionamento psicológico, particularmente no que se refere às funções psicológicas superiores
(atenção voluntária, memorização, pensamento abstrato, comportamento), tipicamente humanas, está fortemente baseado nos modos culturalmente construídos de ordenar o real.
A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas fundamentalmente mediada. Os mediadores são ferramentas auxiliares da atividade humana. Há dois tipos de elementos mediadores: os instrumentos e os signos. O instrumento é um elemento interposto entre o trabalhador e o objeto de seu trabalho; carrega consigo a função para a qual foi criado e o seu modo de utilização, desenvolvido durante a história do trabalho coletivo. Em uma analogia com os instrumentos de trabalho, os signos