violencia

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INTRODUÇÃO
O período que se estende do final dos anos 70 aos primeiros anos da década de 80 pode ser definido como marco na transformação no modo de entendimento da sociedade brasileira em relação à violência contra a mulher. Nos últimos 20 anos, este tema ganhou visibilidade, passou a ser objeto de denúncias e de campanhas para a prevenção e a punição; ganhou status de problema público estimulando a formulação de políticas para o atendimento das vítimas, seja no âmbito da saúde, seja da segurança e justiça; estimulou ta mbém a proposição de legislação que cri- minaliza o assédio sexual e te m alimentado as tentativas de tipificação penal da vio- lência doméstica.
Definida como carro-chefe das reivindicações feministas no início da década de 80 (Costa, 1998), a violência contra a mulher, sobretudo os chamados crimes passionais, desempenhou impor tante papel aglut inador para o movimento de mulhe- res no Brasil. Para Heilborn e
Sorj (1999) o tema da violênci a, em especial a violên- cia doméstica e conjugal, possibilitou ao feminismo brasileiro ampliar seu discurso para “além das fronteiras militantes”. Sob o lema “quem ama não mata”, grupos fe- ministas desencadearam ampla campanh a nacional para denunc iar publicamente que maridos e companheiros assassinavam suas esposas/companheiras, alertando que estes crimes representavam a forma mais extrema e cruel da violência que era praticada cotidianamente contra mulheres em todo o país e permaneciam impunes, amparados pelo argumento da l egítima defesa da honra.
Favorecidos pelo movimento de redemocra tização política que se instalava na sociedade brasileira, grupos de mulheres articuladas de forma autônoma ou vincula- das à Igreja, aos sindicatos ou partidos pol íticos, passaram a estabelecer um diálogo com o Estado, cobrando a urgência de pol íticas que pudessem dar respostas institu- cionais de prevenção e punição à violência praticada contra a mulher. Dentre