Trabalhar com amor
Era um dia muito quente de verão e o trânsito, como sempre, estava "nervoso".
Abri a porta e sentei-me no banco traseiro.
"Bom dia!" Disse o motorista.
Respondi seu cumprimento e indiquei o bairro para onde devíamos seguir.
O homem arrancou o carro e logo começamos uma boa conversa.
Aquele era um taxista diferente. Tinha uma maneira agradável de se comunicar e nos lábios sempre um sorriso.
Comentei como deve ser difícil a sua profissão, pois dirigir o dia inteiro no trânsito de uma grande capital não é brincadeira. Ele respondeu sorrindo: "não digo que seja fácil, mas é só uma questão de jeito".
Aí o assunto ficou mais interessante, pois aquele motorista aparentemente tão comum era uma verdadeira lição ambulante de sabedoria.
Começou a contar qual era o seu segredo, dizendo:
1º- eu nunca trago meus problemas pessoais para o trabalho. Antes de sair de casa, dou uma passadinha atrás da porta e deposito lá todas as minhas preocupações. Só as retomo no final do expediente e, para ser sincero, parece que os problemas diminuem de tamanho. Ficam mais fáceis de resolver.
2º- nunca desejo um bom dia a ninguém, se não for com convicção.
3º- não me deixo envolver pelo mau-humor nem pela irritação de alguns passageiros.
4º- não me permito entrar na onda de agressividade alimentada no dia-a-dia do trânsito.
5º- todos os passageiros são pessoas especiais para mim. Merecem minha atenção e o meu respeito e, se possível, minha solidariedade.
Quando disse isso, contou o caso de uma de suas passageiras.
Era início da manhã quando ela entrou no táxi, num bairro distante. Tratava-se de uma senhora de meia idade e estava de mão dada com uma criança.
Pediu-me para levá-la a uma agência bancária no centro da cidade. Eu lhe perguntei se ela precisava ir mesmo àquela agência ou se poderia ser numa mais próxima, que lhe economizaria tempo e dinheiro.
Ela