território, estado e sociedade

I – O Território e a Sociedade

Nos estudos das sociedades, tem-se em muito deixado de lado qualquer tipo de consideração geográfica, principalmente na sociologia moderna. Esse erro se torna ainda mais evidente quando estudamos as “formas inferiores de sociedade”, ao olharmos para as suas formas “primárias” de Estado.
“A maioria dos sociólogos estuda o homem como se ele tivesse se dado no ar, sem vínculos com a terra”. (p. 193)
Se os tipos mais simples de Estado não são representáveis sem um território que o pertença, o mesmo deve ocorrer com os tipos mais simples de sociedades.
“As leis da evolução geográfica são menos fáceis de serem percebidas no desenvolvimento da família e da sociedade do que no desenvolvimento do Estado; porém, é precisamente porque estão mais profundamente enraizadas ao solo e se mudam dele com menos facilidade. Constitui, inclusive, um dos feitos mais consideráveis da história a força com a qual a sociedade permanece sujeita à terra, ainda que o Estado tenha de desvinculado dela.” (p. 194)
Por todo lado onde se encontra o homem (seja sozinho ou em sociedade), se encontra um pedaço de terra relacionado à sua pessoa ou grupo.
O desenvolvimento de grupos - como a tribo, a família, a comuna – não pode ser compreendido se não levadas em consideração suas relações com seu território, da mesma forma que o progresso do Estado é ininteligível se não relacionado com os progressos de seu espaço político.
São organismos se relacionam de forma relativamente duradoura com a terra, causando, nessa relação, todo tipo de ações e reações.

II – Moradia e alimentação

A relação da sociedade com a terra está sempre condicionada a uma dupla necessidade: moradia e alimentação.
Até mesmo os nômades estão unidos à terra, mesmo que os vínculos que os unam sejam mais frouxos do que aqueles de uma sociedade sedentária.
Têm mais necessidade de espaço (em consequência de sua vida pastoril) para se movimentarem, mas regularmente voltam a ocupar os mesmos