Síntese do filme narradores de javé

O filme Narradores de Javé conta a história de um povo que habitava no Vilarejo de Javé, cenário nordestino baiano. Povo humilde, que estava lutando para não perder sua terra, esta que seria tomada para a criação de uma hidrelétrica na região.
Diante de tal situação catastrófica, é decidido criar um “documento científico”, através do qual mostrariam a importância daquela terra como um patrimônio, que não podia ser inundado, destruído.
Entretanto, no vilarejo, apenas uma pessoa sabe ler e escrever, sendo os demais analfabetos. Aqui entra o personagem Antônio Biá, que era responsável pela Agência dos Correios do povoado, desativada há muito.
Biá era odiado entre os moradores, pois enquanto agente dos Correios, para não perder seu emprego devido a falta de movimentação, espalhara muitas cartas entre o vilarejo, onde fazia fofocas, causando muitas intrigas. Contudo, a situação era diferente, estava prestes a acontecer um desastre e Antônio Biá era o único que sabia ler e escrever do vilarejo. O povo, deixando o orgulho “de lado”, aceita que ele fique responsável por escrever tal documento, sendo a sua remissão com todos.
Biá encontra grande dificuldade em colocar no papel as histórias que são contadas de geração em geração, no boca a boca, de diferentes maneiras, pontos de vistas, interesses pessoais, etc. Não dá para distinguir a verdade da invenção, valores e crenças, havendo um grande abismo entre a escrita e a fala. Dessa maneira, as pessoas daquele vilarejo eram vistas como aculturadas, pois não sabiam ler e escrever e suas histórias, sua cultura, eram passada através da oralidade, sem registros concretos. A oralidade é importante para o processo de construção da escrita, porém os moradores daquela região, devido às condições precárias, não tiveram a oportunidade de serem letrados, não existindo nenhuma prática de letramento, pois todos eram analfabetos.
No início, Biá demonstrava entusiasmo para escrever tal livro, achando que seria uma tarefa fácil, mas,