Sobre o Livro Peter Burke
Peter Burke acompanha a história do conhecimento, a evolução nas formas de sua distribuição e disseminação, o controle pela Igreja e pelo Estado, sua comercialização e a organização de centros de conhecimento, analisando ainda estudos de sociologia do conhecimento, que começaram a tomar forma no início do século XX. O livro é baseado em consultas aos primeiros textos da Idade Moderna feitas ao longo de quarenta anos e fruto de conferências e seminários apresentados pelo historiador em países da Europa, Ásia e América do Sul.
Neste seu livro, Peter Burke nos leva a uma viagem pela sociologia do conhecimento através de cidades e épocas diferenciadas. O marco inicial de seu recorte temporal é a invenção da prensa tipográfica por Gutemberg em 1450, símbolo igualmente de uma nova época, a Idade Moderna. A linguagem do autor é didática, apontando para a organização de sua exposição sobre a(s) construção(ões) do conhecimento em seus variados contextos. Um tema amplo como esse é abordado por Burke na forma de pequenos ensaios, e os capítulos da obra organizados em temáticas específicas.
O interessante para o autor:
O que interessa a Burke é mais exatamente o que a modernidade entendia à época por conhecimento. Para tal, o contexto histórico é aqui relembrado: difusão da imprensa, descobertas não apenas de novos mundos mas também das ciências e tecnologia, a reforma protestante, as cidades e os circuitos de um saber propriamente acadêmico – “formas dominantes de conhecimento, particularmente aquele possuído pelos intelectuais europeus”
(p. 24) – são seguidos e analisados com maestria pelo autor.
Primeiro capitulo:
Em seus primeiros capítulos. A figura do intelectual e as instituições de produção do conhecimento são seus suportes em sua explanação histórica. Inicialmente uma discussão sobre alguns conceitos se impõe, e Burke é extremamente cuidadoso com relação à utilização dos termos. Para ele, os intelectuais são aqui entendidos como grupos