SILVA

SILVA, Ileizi Fiorelli. A sociologia no ensino médio: desafios institucionais e epistemológicos para a consolidação da disciplina. Natal: Cronos, Julho, 2007, p.403-427.
O artigo em primeiro momento aborda o descompasso existente entre a ciência de referência e a disciplina escolar. A autora aponta que a constituição de uma ciência em disciplina escolar se dá por meio de processos de produção de conhecimentos e discursos da disciplina, que primeiro percorre o campo da contextualização (universidades, centro de pesquisa, formuladores de teoria etc.) em seguida o campo da recontextualização pedagógica oficial (órgãos oficiais, MEC, SEED etc.). Até chegar à sala de aula os textos e discursos são deslocados e selecionados a partir das questões práticas que são definidas nas lutas e nos conflitos de interesses presentes no campo da recontextualização. Neste sentido, quando a disciplina entra nos currículos da escola é por que já foi “recontextualizada” e enquadrada no dispositivo pedagógico dominante.
No segundo momento, Ileizi identifica o papel atribuído à sociologia em quatro modelos de currículos, argumentando que a inclusão da sociologia no ensino médio depende muito das concepções dominantes sobre a educação, a sociedade, o estado e o ensino. Por este motivo, os modelos de currículos e o papel da sociologia no interior de cada um variam ao logo da história.
O primeiro modelo é o clássico-científico, que se apresenta como modelo de escola dual, uma destinada a elites e outra voltada à formação de mão de obra para as classes trabalhadoras. A sociologia neste contexto aparece no inicio do curso Normal e para aspirantes do ensino superior. As identidades pedagógicas desenvolvidas neste modelo partiam do sentido de nação e modernização e dependiam das ciências de referência ainda não plenamente constituídas.
Os currículos tecnicistas que correspondem ao segundo modelo ganham forma com o governo militar, onde há uma desvalorização das disciplinas tradicionais