serviço escola psicologia

O presente trabalho se propõe a analisar uma entrevista com um psicólogo atuante na clínica-escola de psicologia da Universidade Federal de Uberlândia à luz da teoria encontrada sobre esse tipo de instituição de saúde, com o intuito de verificar a concordância das práticas do profissional de psicologia inserido na clínica-escola frente às perspectivas de intervenção que formam o corpo de conhecimentos relacionado às práticas presentes em clínicas-escola.
Para cumprir sua proposta, o trabalho inicia com o levantamento da bibliografia que apresenta uma discussão a respeito da importância da estruturação de uma clínica-escola em instituições formadoras de psicologia, sua função e a relação que mantém com as práticas profissionais. Em seguida, apresenta-se a entrevista realizada com o psicólogo atuante na instituição e realiza-se a discussão a respeito das práticas desse profissional frente ao corpo de conhecimentos sobre o assunto.

O serviço-escola em Psicologia

A legislação que criou e regulamentou a profissão de psicólogo também institui a obrigatoriedade de serviços-escola a fim de complementar a formação teórica dos estudantes de psicologia com a prática. Porém, a organização dos serviços-escola manteve a tradição de formação centrada nos três modelos de atuações: clínica, educacional e organizacional, como observado na Lei nº 4.119 que regulamentou a profissão do psicólogo. De acordo com ela, os cursos de Psicologia deveriam organizar “[...] serviços clínicos de aplicação à educação e ao trabalho [...]” (Brasil, 1962).
A regulamentação da Psicologia como profissão trouxe consigo a delimitação de um currículo mínimo, modelo vigente nas graduações brasileiras em psicologia até 1996. No modelo do currículo mínimo, o aluno deveria cursar um núcleo comum de matérias até o terceiro ou quarto ano, para então seguir a habilitação escolhida. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) extinguiu o currículo mínimo, obrigando os cursos de