Resumo Seminario Internacio Ufc

A CIDADE COMO LUGAR DE JUSTIÇA: A PRÁTICA DO PODER JUDICIÁRIO NA ESPACIALIDADE SERTANEJA. (SENADOR POMPEU-CE – 1901 A 1930).

Lucas Pereira de Oliveira1

A história e o direito são ciências que compartilham essências aparentemente próximas, almejam explicar um acontecimento e reconstruir a “verdade” sobre ele. Neste trabalho, fruto da dissertação ainda em curso de mestrado em História intitulada: A cidade como lugar de conflito: violência, justiça e civilização em Senador Pompeu-CE (1901-1930), busca analisar, através dos processos-crimes, as práticas de violência e civilização em Senador Pompeu/CE. Além de compreendermos como tais cenas de violência são postas na fonte jurídica, procuramos identificar os sujeitos envolvidos na “(re) construção” dos crimes, analisando seus papéis, hábitos e costumes influenciados pelas discussões sobre civilidade nas cidades do Ceará. Como desdobramento dessa pesquisa, apresenta-se nesse momento o segundo capítulo da mesma que analisa essencialmente a maneira como o poder judiciário lidou com as conflitualidades dessa cidade. Em nossos devaneios iniciais, a primeira interrogação que nos vem é exatamente a seguinte: de que maneira o Poder Judiciário estabeleceu suas práticas e lidou com as relações de conflitualidades dessa pequena cidade do interior? A resposta nos parece surgir outras importantes hipóteses, afinal, no instante em que os fatos se transformam em versões, o real perde sua importância e o debate se dá através dos operadores do direito. As práticas judiciais são experiências carregadas de subjetividades, e o espaço onde ocorre esse exercício do direito, da justiça, da lei “(...) é também um lugar formado por indivíduos de uma sociedade que produz, dentre outras coisas, a própria lógica dos tribunais.” (FOUCAULT, 1999). Deste modo, o acontecido passa a ser representado a partir de um traçado de normas. Porém em meio a essa impassibilidade propostas na lei, os sentimentos como amor e ódio; arrependimento e orgulho;