RESUMO Identidade

TEXTO: JEITINHO
O que chama atenção nos últimos anos é a emergência de uma nova formulação de Brasil, em que as categorias “jeitinho” e “jeitinho brasileiro” aparecem como elementos centrais.
Em primeiro lugar, todos tentam estabelecer ligações entre o “jeitinho” e elementos longínquos e mal definidos da formação do povo brasileiro. (...) Como herança portuguesa o “jeitinho” passa a ser concebido como traço que teria feito parte desde sempre da sociedade brasileira.
Em relações a certas análises: “Elas vêem o ‘jeitinho’ como sobrevivência de estruturas arcaicas, um sintoma de subdesenvolvimento que os ventos da modernidade terminarão por dissipar.
Um terceiro ponto comum é a acentuação dos aspectos exclusivamente morfológicos e funcionais do “jeito”, sem referencia ao seu significado no nível das representações.
O jeitinho como instituição tipicamente brasileira (...) Outra questão que fica em aberto é: se o “jeitinho” é um mecanismo de ajuste, por que a sociedade brasileira lança mão dele em situações que, em outras sociedade,não parecem requerer nenhum “expediente”, como filas e outros procedimentos burocráticos? Em investigação do caráter simbólico do “jeitinho” implica, num primeiro momento, distingui-lo, enquanto fato social, de situações funcional ou morfologicamente iguais a ele. Torna-se possível, assim, considerar de outro ângulo a questão do caráter essencialmente brasileiro ou não do jeitinho. É que do ponto de vista formal e de operação prática, comportamentos semelhantes existem em todas sociedades.
Vale ressaltar que , embora intimamente ligados e tratados indistintamente nos textos sobre o tema, “jeitinho” e “jeitinho brasileiro” não se equivalem – atualizam valores diferentes e surgem relacionados a diferentes domínios da sociedade brasileira.O “jeitinho”, enquanto drama social, é um momento privilegiado de nossa realidade, em que eu atualizamos alguns de nossos valores mais profundos. Já o “jeitinho brasileiro” é um elemento tomado como