RESUMO:IDENTIDADE DE GÊNERO e SEXUALIDADE
O presente artigo discorre acerca da desconstrução do senso comum que considera a identidade de gênero pela opção sexual. A autora afirma que as práticas homoeróticas não produzem um terceiro gênero conforme afirmado por muitos estudiosos e também que não existem “distúrbios da identidade de gênero”, como afirmam alguns psicólogos e educadores que lidam com indivíduos com experiências não exclusivamente heterossexuais.
No decorrer da discussão, conceitos sobre os diferentes usos do gênero são apresentados para a reflexão, uma vez que Miriam buscou definir a problemática da identidade de gênero a partir da identidade de gênero primária proveniente do aprendizado dos papéis sexuais, bem como do campo da sexualidade e das novas questões referentes à reprodução humana.
O conceito de gênero atual surgiu através das pesquisadoras norte-americanas que passaram a utilizar a categoria "gender" para retratar as origens sociais das identidades subjetivas de homens e mulheres.Constata-se que não existe uma determinação natural dos comportamentos de homens e de mulheres, apesar das regras sociais determinarem as atitudes esperadas para homens e mulheres.Como a Antropologia Feminista tem mostrado trata-se de uma formulação ideológica que é utilizada para justificar os comportamentos sociais de homens e mulheres em determinada sociedade.
Partindo desta conceituação gênero serve, para determinar tudo que é social, cultural e historicamente determinado. No entanto, nenhum indivíduo existe sem relações sociais. Sempre que estamos referindo-nos ao sexo, trata-se de duas categorias distintas: macho ou fêmea, dois sexos morfológicos sobre os quais imbricou-se o significado do que é ser homem ou ser mulher o que resultou na associação de gênero ao sexo do indivíduo.
Para Stoller (1978), todo indivíduo tem um núcleo de identidade