Resenha

FICHAMENTO PARA PROVA
(Texto: A arte do lado de fora)
- Eis o momento em que o sintagma do visível começa a ser elaborado para a construção de uma cultura visual. Esse sintagma visual é concebido por uma estrutura invariante e homogênea, capaz de transformar modos de vida (modos de percepção) em cultura da representação. Há uma evidente estocagem de imagens como “signos de motivação”.
- é preciso antes perceber as diferenças entre as imagens que servem à nova produção de uma “realidade formal” globalizante e as imagens que são constituídas a partir de uma semiótica processual. Enquanto as primeiras imagens formam-se em função de um contingente, alinhado aos mecanismos de poder e suas máquinas de sobrecodificação, as outras imagens constituem-se como estéticas de fluxos, que escapam de uma estratificação e conjunção histórica em prol de uma tarefa maior da arte e do pensamento: libertar a vida, inventar novas possibilidades de vida.
- Dessa forma é possível perceber a partir das imagens fotográficas de Antoine D'Agata o vestígio de uma consciência autobiográfica que age criticamente a partir da “solidão povoada”, invocando a produção de novos blocos de sensações (imagem da imagem) que irrompem e explicitam outras territorialidades contemporâneas. A produção do “jornal íntimo”, como define D'Agata, transita entre zonas minoritárias e tensivas e denunciam (depõem) os estágios “aprisionantes” de uma submissão aos processos de subjetivação, para propor uma forma de luta, uma guerrilha, contra as formas de assujeitamento impostas pelos sintagma visual macro-político. A potência das imagens da série fotográfica La Frontera - The Border evidencia não só os interstícios da fronteira entre dois países (México e EUA), mas explicita, pelo seu poder de testemunho, por sua pulsão de deposição, outros signos “antropológicos e topográficos”, outros desertos por vir. A composição fotográfica de Antoine D’Agata toma o exílio como desejo e encarnação da imagem. Esta imagem