Resenha
1
, fugindo da discussão mais aprofundada da teoria poética que nortearia a composição das cantigas. Em linhas gerais, não discute conceitos e quando isso ocorre, o texto mais se aproxima de uma arte retórica do que de uma arte poética ou filosófica. Foca-se, portanto, em questões de ordem técnica, tais como a definição de gêneros, de estruturas formais, além de apresentar considerações genéricas de cunho gramático-retóricas. Como destaca Tavani, apresentaria certo
“didatismo passivo”, pois se dirigiria
, preferencialmente, aos leitores de tal poesia trovadoresca, tendo em vista o intuito de dar a conhecer a eles os elementos constitutivos desta (fruição). Diferiria, portanto, de outras artes poéticas como a provençal Leys d’Amors
, de Guillem Molinier, que se voltava, sobretudo, àqueles que pretendiam aprender a fazer as cantigas (elaboração). Nesse sentido, a conceituação da poesia na Arte de Trovar em questão aparece restrita a exemplos de gramática, deslocada das obras que lhe serviram de base para o trabalho descritivo do fazer poético trovadoresco. Realmente, conforme aponta Tavani, a obra não traz