resenha
Clodoaldo Brasílio Xavier Mesquita do Vale1
Paulo Freire (1921-1997) se destacou como um influente educador no Brasil e no mundo, por meio de uma inovadora proposta de alfabetização de adultos, que se capilarizou por diversos países. Atuou como membro do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco e teve intensa atuação acadêmica como professor da Universidade de Campinas - UNICAMP. Além disso, foi secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo. Após o golpe militar de 1964, o método de alfabetização cunhado por este autor foi considerado uma ameaça à ordem e substituído pelo Movimento Brasil Alfabetizado – MOBRAL - enquanto este intelectual e sua família foram vive exilados no Chile e na Suíça. Mas ele continuou produzindo conhecimento na área de educação, tendo como resultado sua principal obra, Pedagogia do Oprimido que foi lançada em 1969, publicizando-se a concepção de educação de adultos supramencionada. Freire retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia. Dentre suas obras podemos destacar: Pedagogia do oprimido; Pedagogia da indignação, Pedagogia da esperança; Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa; A importância do ato de ler; entre outras.
No início do texto, o autor faz um desabafo perplexo diante da atitude dos jovens que decidiram brincar de matar, fato que ele qualifica de “degentificação”. A vítima no caso foi o índio pataxó Galdino de Jesus dos Santos, que dormia em um ponto de ônibus em um bairro nobre de Brasília. Freire relata a falta de limites dos rapazes e a implícita cumplicidade dos pais, diante da banalização da vida refletida nessa atitude dos adolescentes infratores.
O texto nos leva a questionar criticamente a educação familiar e formal que se proporciona a nossas crianças e, especialmente, a que