Resenha

Marcos Araújo Bagno, nasceu em 1961 em Minas Gerais, mas viveu em diversos Estados ao longo da vida. Ao decorrer de sua vida tornou-se professor do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB) e do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, onde trabalha atualmente. No livro A Língua de Eulália, o autor aborda o preconceito linguístico, não seguido pelo português - padrão, existente nas camadas sociais do Brasil. Discute sobre o percurso histórico da língua ao longo do tempo, que com o tempo variam de acordo com as diferenças das classes sociais, gêneros, etnia, e outros.
Segundo o autor, falar diferente não é falar “errado”, porém estudos indicam que o ensino de língua portuguesa nas escolas brasileiras é ministrado pelos docentes de forma autoritária e sem reflexão, afirmando que a norma-padrão é a “correta” e que falar diferente é “errado”, contradizendo o autor. Por isso deve ocorrer uma mudança quanto à perspectiva de ensino de gramática nas escolas, mudança que parte das pesquisas na língua, pesquisas na área da novíssima ciência, linguística, que aponta constantes transformações. Contudo, espero que o ensino de língua materna não permaneça somente ao ensino de gramática tradicional normativa, como ensinam muitos gramáticos e paradidáticos, mas procure entender o porquê de certos usos e da existência de tantas variedades em nossa língua. Deixando o caráter de representante social e político do país, denominado como “a língua do patrão”, a qual delimita as classes sociais, proporcionado assim ao aluno acesso a educação formal, porém sem rejeitar ou discriminar as variedades linguísticas, se desprendendo da gramática tradicional visando uma nova perspectiva de ensino, menos autoritário e mais crítico.
O livro é recomendado á todos, principalmente aos preconceituosos, pois se o indivíduo não mudar a sua forma de pensar sobre a nossa língua, pelo menos vai mexer um tanto no seu conceito antes de apontar para aquela pessoa que fala “pranta” ao