resenha

A EDUCAÇÃO MUSICAL NO CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

Discutir educação musical no Brasil tem sido um grande desafio a ser vencido pelo governo, pelas instituições de ensino e, também para os membros da sociedade civil. Isso porque, apesar de vivermos num país “musicalizado”, a impressão que temos é que a música para os brasileiros não passa de uma mercadoria cujo objetivo é oferecer entretenimento e consequentemente a aquisição e ostentação de bens e fama por parte dos que a exploram.
Quanto ao papel principal da música em relação à formação do caráter, do desenvolvimento social, intelectual e cognitivo do indivíduo, pregados pela maioria dos especialistas e educadores musicais, ainda estamos longe de alcançar o ideal. É o que aponta a doutora Marisa Trench de Oliveira Fonterrada em sua obra De tramas e fios – um ensaio sobre música e educação, em sua segunda edição publicada em 2008 pela editora Unesp em colaboração com a Funarte.
Para esclarecer a situação do ensino de música na educação brasileira, Fonterrada narra a história da aprendizagem musical iniciando pela sua origem na antiguidade Greco-romana, passando pelo medievo, sendo influenciado pelos movimentos artístico-sociais do pré-modernismo, as conquistas da idade moderna e chegando ao período contemporâneo. A partir daí, a democratização das sociedades trouxe maior liberdade de expressão, o que favoreceu a disseminação do ensino e prática da música como arte.
Segundo a autora, a aprendizagem musical no Brasil data do período da colonização e teve como referência o modelo português trazido pelos jesuítas. Antes porém, ela destaca no primeiro capítulo da obra a linha do tempo traçada pela educação musical. Iniciando pela Grécia que, segundo afirma (p. 26), foi onde a música e a educação musical começaram a ser tratadas com o devido valor. Para os gregos o valor da música ia além da simples arte de adicionar melodia aos sons, na verdade a música exercia importante papel na formação do caráter e da