Resenha M BOKOLO Elikia

Resenha
M’BOKOLO, Elikia. Capítulo VI. Os caminhos da emancipação In: M’BOKOLO, Elikia. África Negra. História e civilizações. Tomo II. 2.ª Edição, Lisboa, 2012.

No texto em questão, o autor detalha as resistências ocorridas na África no período de 1880 a 1940, tendo como objetivo dar conta da evolução africana que passou da luta contra a colonização à luta pela independência desses Estados africanos. Demostrando como a população africana contestou o sistema colonial, de diferentes formas, ativa e passiva, impactando em fatores econômicos, políticos e culturais. As resistências populares são as primeiras a serem abordadas, tratando da conscientização do povo em recusa às imposições europeias, mesmo esses tentando abafar essas aspirações populares. Apesar das diferenças, as resistências populares tinham em comum o caráter esporádico e rural além das ações isoladas e de pouca amplitude, que ansiava por resultados em curto prazo. A resistência passiva, era em sua maioria a fuga. E foi a primeira forma de resistência dos africanos, que recusavam a se submeterem aos brancos. Evitando um confronto direto no campo de batalha onde já tinham sido vencidos outras vezes. Fora a fuga, outras formas de resistência passiva foram também aplicadas: sabotagem nas plantações, semente inférteis, plantação e colheita fora de época, automutilação, enfraquecimento simulado e forçado. Já na resistência imediata ou resistência ativa tinha como primeira ação a revolta espontânea, motivada múltiplos fatores, como os impostos, o trabalho forçado, as novas legislações e a imposição de culturas. Esses movimentos eram recorrentes nas colônias em que a administração era mais exigente. As redes tradicionais de relacionamentos entre as populações de diferentes grupos étnicos que se uniram frente a um inimigo comum – o europeu – foram fundamentais para fazer oposição ao poderio europeu. Outro ponto importante no processo de resistência rural foi o banditismo social, resultado da ação isolada