Resenha A Propaganda Pol Tica
O livro “A propaganda política” de Jean-Marie Domenach (2001) foi escrito na década de 1950 e discute acerca de diversos elementos da propaganda político-ideológica moderna, partindo de uma análise histórica do contexto em que surgiu e como se desenvolveu em decorrência da descoberta de novas tecnologias de comunicação. O autor passa, então, à análise de fontes, leis e técnicas próprias dessa propaganda, com destaque às estratégias utilizadas por Hitler e Lenin.
A obra é, ao todo, divida em oito capítulos (somados à Apresentação e Introdução) e muitas de suas partes são organizadas em subtemas. O autor utiliza, em diversos momentos, o recurso da enumeração e da topicalização para exemplificar, por exemplo, as leis da propaganda e da contrapropaganda.
Primeiramente, ainda na Introdução, o autor ressalta a importância da propaganda política, uma vez que desde que o mundo existe os homens disputam entre si pelo poder e a propaganda sempre esteve, de alguma forma, presente neste processo.
Nélson Jahr Garcia, redator da Apresentação, chama a atenção para a diferença semântica entre os termos “publicidade” e “propaganda”, que muitas vezes pode passar despercebida na língua portuguesa. Enquanto a publicidade busca enaltecer, dar visibilidade um produto ou uma pessoa – muito usada no contexto comercial – a propaganda visa disseminar um conceito, uma ideia. É neste último sentido que o autor direciona seus estudos.
No entanto, há uma aproximação entre propaganda e publicidade, pois o slogan comercial pode apresentar semelhanças em relação a um estribilho político. É como se a propaganda copiasse o estilo da publicidade, a fim de agradar o público. Essa publicidade, com o progresso técnico, passa a buscar “impressionar mais do que convencer, sugestionar antes que explicar” (DOMENACH, 2001, p.23). Os anúncios de caráter informativo perdem espaço para a publicidade sugestiva. Campanhas eleitorais pouco se diferem de campanhas publicitárias.