RESENHA DE OLE

Ilha das flores não é, apesar do seu nome, uma ilha das flores. É na verdade, um lugar em Porto Alegre (RS) para deposito de lixo, onde se vive uma realidade bem distante do que diz o seu nome. O documentário, de mesmo nome, acompanha desde a colheita ao descarte de um tomate, que é descartado junto com diversos outros alimentos, por milhares de pessoas na ilha. Alimentos estes que são destinados primeiramente aos porcos e depois são deixados para que os moradores da ilha possam recolher, divididos em grupos com tempo regulado para cada um.
Irônico, o documentário de apenas 13 minutos mostra o desperdício exagerado dos processos de produção e consumo atuais e como o capitalismo gera uma estupidez e uma desigualdade social, interferindo na tão sonhada liberdade do ser humano. O egoísmo do ser humano e como o dinheiro vem acima de tudo faz com que a pobreza e a fome aumentem a cada dia, percebendo assim a má distribuição de renda. Apesar de termos um telencéfalo altamente desenvolvido, um polegar opositor e sermos livres, não deixamos de ser vítimas de uma sociedade refém do consumo, da lei da oferta, onde o objetivo único é o lucro.
Podemos perceber no documentário os padrões de consumo na sociedade, fica bem evidente que produzimos demais, consumimos demais, mas não sabemos o que fazer com os que sobram e viram lixo. A questão é que produzimos mais lixo do que necessário, podemos perceber que muita coisa jogada fora ainda podia ser consumida, então está faltando a consciência de um modo geral para o que realmente precisamos comprar, consumir e produzir. Movimentar o capitalismo e desaparecer com lixo das portas de nossa casa não é a solução.
Fica visível também no documentário as consequências e efeitos da movimentação do capitalismo na sociedade. Poucos com muito e muitos com pouco. A prova que o dinheiro é o passaporte para liberdade que tanto queremos ou talvez seja apenas uma algema para alguns.
Refletimos assim o poder que o dinheiro tem na nossa vida, a