Resenha crítica - on the road

RESENHA CRÍTICA– LIVRO “ON THE ROAD” DE JACK KEROUAC

"Que tipo de sentimento é esse, quando você esta se afastando das pessoas até que delas, ao longe, na planície, você só consegue distinguir mini partículas se dissolvendo na vastidão do infinito? - é o mundo nos engolindo, é a despedida. Mas nos inclinamos à frente, rumo à próxima aventura louca sob o céu"

(Kerouac, J. On the Road 1957)

Normalmente identificado como um dos livros mais inspiradores dos anos 60, On the Road (L&M Pocket, 2010), de Jack Kerouac, foi responsável por uma das maiores revoluções culturais do séc. XX. Publicado em 1957, o livro tornou-se o “manifesto da geração beat” rompendo os costumes até então estabelecidos pelo american way of life, o que foi se aprimorando com os movimentos de contracultura que viriam a surgir nos anos seguintes. O livro é narrado por Sal Paradise, um jovem escritor de Nova York, que influenciado por seus amigos, especialmente seu ídolo Dean Moriaty, deixa sua cidade e parte por viagens nos Estados Unidos. Percorre o país de leste a oeste, pegando caronas em carros ou caminhões, de ônibus ou até mesmo a pé, muitas vezes sozinho ou com a companhia de alguns amigos e conhecidos da estrada. Os cenários variam entre o deserto, cidades pequenas, plantações, florestas, todos ligados a estrada e ao desejo de libertar-se. A narrativa é simples, fluída e rápida, como as viagens de Sal. Kerouac procura demonstrar a espontaneidade e a liberdade ao escrever, acabando por ter uma obra não muito descritiva e presa nas características dos personagens. O livro é como um diário, tem uma escrita bem objetiva e o autor escreve o que vem a mente, pensamentos muitas vezes irrelevantes para o fluxo da história, mas importantes para o conhecimento do narrador. Sua maneira inovadora de escrever fez com que o livro fosse rejeitado em várias editoras, sendo necessário para Kerouac fazer inúmeras correções ortográficas e eliminar quase 120 páginas do original. De todos os