Relações sociais na pré-escola

Na pré-escola, pouca ou nenhum atenção é dada ao aspecto multirracial existente na sociedade e no cotidiano escolar. Muito embora as professoras percebam que parcela significativa da sua população é negra, tratar desta questão é entendido como “cansativo e desnecessário”. Via de regra, o racismo histórico brasileiro e o atual processo discriminatório contra os negros não representa questão importante a ser discutida e pensada pelas professoras. Logo, não seria demasiado supor que a ausência desse tema no planejamento escolar impede a promoção de boas relações raciais. Os componentes racistas podem ser percebidos desde o planejamento escolar, o qual ignora a existência da diversidade racial da população que procura seus serviços, até os materiais didáticos utilizados pelos profissionais da educação. Problemas como esses surgem, em parte, da inexistência de um planejamento escolar que pense não só na diversidade racial brasileira, mas também no racismo histórico da nossa sociedade.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, contempla a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica e em seu artigo 30 dispõe sobre a faixa etária considerada como educação pré-escolar, ou seja, de quatro a seis anos de idade, destacando-se a necessidade da promoção do desenvolvimento do indivíduo em todos os seus aspectos, de forma integral e integrada, constituindo-se no alicerce para o pleno desenvolvimento do educando. Considerando-se como pleno desenvolvimento também o respeito a todas as diversidades étnicas, sociais e culturais, é necessário promover práticas de socialização no ambiente escolar que atentem para este objetivo. Para que seja possível uma melhor compreensão sobre o processo de socialização, principalmente no que se refere à aquisição de conhecimentos sobre a diversidade racial e sobre as relações raciais na sociedade – objetivo proposto neste projeto - é imprescindível conhecermos não só atitudes e comportamentos dos adultos