RACISMO

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Considerado hoje um dos esportes mais democráticos, o futebol volta e meia tem a reputação arranhada pelo preconceito racial. Infelizmente, esse preconceito tem raízes profundas na história da modalidade - no início do século passado, o acesso às quatro linhas do gramado era vetado a negros e mulatos.

Quando Charles Miller trouxe a primeira bola de futebol para o Brasil em 1894, o esporte logo desbancou o turfe e o remo como preferência nacional. Marcado por contradições sociais, conquistou brancos e negros. Enquanto os brancos construíam estádios e comemoravam o resultado das partidas com uísque, os negros improvisavam campos de várzea e bebiam cachaça após os jogos. “Os jogadores negros se apropriaram de uma cultura esportiva elitista, trazendo o jogo para as ruas, transformando-o por meio de uma nova linguagem corporal e criando um dos mais fortes elementos de identidade nacional”, explica Carlos Alberto Figueiredo da Silva, autor do livro “Racismo no futebol”.

Em algumas cidades, os negros, impedidos de disputar os torneios, criaram suas próprias ligas. Entre os anos 1920 e 1930, São Paulo chegou a contar com 12 clubes disputando o campeonato informal. No entanto, havia uma vez no ano em que os melhores jogadores de cada liga se encontravam. Entre 1927 e 1939, sempre no dia 13 de maio — quando é comemorada a abolição da escravatura — ocorria o clássico “preto x branco”. Um fato curioso é que o negro Arthur Friendenrich, considerado o melhor jogador brasileiro antes de Pelé, chegou a participar do desafio, mas vestindo a camisa dos brancos.

Criador do escudo do Corinthians e jogador do time entre 1922 e 1927, o artista plástico Francisco Rebolo, em depoimento ao sociólogo Antônio Gonçalves, condenou o preconceito contra os negros: “Eu me recordo de que no Corinthians surgiu um mulato chamado Tatu, que jogava muita bola, era um craque. Certa vez, num jogo entre Corinthians e Paulistano, o Tatu marcou o gol da vitória. A cidade ficou tomada, com gente fazendo

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