Química analítica - Crack e testes no fio de cabelo

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Curso: Farmácia noturno- Química analítica

Será possível através da análise de cabelo identificar e ajudar um usuário de crack?
Esta análise toxicológica pode ser uma ferramenta eficaz no combate a este vício?
No início da década de 80, foi descrita na literatura americana uma potente forma de uso de cocaína por inalação do vapor que saia a partir da queima da pedra, esta produzida a partir do cozimento da pasta básica combinada com bicarbonato de sódio. Ao ser queimada, produzia um ruído de estalo, por esse motivo foi apelidada de crack. A utilização da droga dessa forma, possibilitava uma disseminação rápida para o cérebro e causava efeitos bem estimulantes e muito prazerosos ao usuário, além de gerar uma rápida dependência e ser bastante prejudicial a saúde. Quando o crack é inalado, segue para os pulmões, corrente sanguínea e lá é quebrado em um metabólito específico. Esses metabólitos então circulam por praticamente todo o corpo do indivíduo. A forma inalada do crack possibilita a detecção através do suor, lágrima, sêmen, urina, cabelos e unhas ar expirado, esquematizado na figura abaixo1.

Figura 1: Vias de absorção, distribuição e eliminação dos xenobióticos no organismo.

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. Ela possui uma abrangência multidisciplinar e multiprofissional, dedicando-se à uma vasta área de conhecimento. Alguns dos campos em que atua poderiam ser:
- toxicologia analítica: que tem por objetivo detectar agentes tóxicos ou algum parâmetro bioquímico relacionado com a exposição a ele em fluidos biológicos, alimentos, água e solo. O propósito é o de diagnosticar ou prevenir as intoxicações. Para o exercício dessa modalidade é fundamental o domínio de química analítica e de instrumentação, uma vez que se utiliza de métodos precisos e exatos e de