Poesia

288 palavras 2 páginas
Só Deu sabe quantas vezes mergulho no sono com a esperança de nunca mais despertar; e, pala manhã, quando arregalo os olhos e torno a ver o sol, sinto – me profundamente infeliz. Oh! Se eu pudesse mudar de humor, entrega-me ao tempo, a isto ou àquilo ao insucesso de uma iniciativa qualquer, ao menos o fardo dos meus aborrecimentos não pesaria tanto. Que desgraçado que sou! Sinto – me perfeitamente o único culpado... Não, não sou culpado, mas é em mim que está a fonte de todos os meus males, como outrora a fonte de toda minha felicidade. Não serei mais o homem que então nadava num mar de rosas, e a cada passo via surgir um paraíso, e cujo amor era capaz de abranger o mundo inteiro? Mas o coração que assim pulsava está morto, não produz mais os arrebatamentos de outros tempos; meus olhos, agora secos, não se refrescam mais de lagrimas benfazejas, e a angustia abafa os meus sentidos, contrai enruga a minha fronte. Aumenta o meu sofrimento verificar que perdi aquilo que fazia o encanta de minha vida sagrada e tumultuosa força graças à qual podia criar mundos e mundos em tornos de mim. Essa força não mais existe! Quando contemplo, da minha janela, o sol matutino rasgar a bruma sobre a colina distante iluminando a campina silenciosa no fundo do vale, e vejo o riacho tranqüilo correndo par mim e serpenteando entre os salgueiros desfolhados, essa natureza me parece fria e inanimada como uma estampa colorida. Todos esses encantos não me podem fazer subir do coração ao cérebro a menor sensação de felicidade, e todo o meu ser permanece perante Deus como uma fonte ânfora vazio!

Autor, ”Johann Goethe”
(Aluna: Aline

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