Platão e o Simulacro

536 palavras 3 páginas
Platão e o Simulacro
A apreciação dos simulacros como forma de quebrar paradigmas

O pensamento em Platão consiste no efeito de distinguir o mundo das essências e o das aparências. O primeiro mundo, das essências é aquele original, verdadeiro e imaterial das ideias e dos modelos que devem ser seguidos e copiadas. Por outro lado, o segundo mundo, das aparências, é o da realidade sensível, instável, falso e material. São as cópias.
Essas cópias podem ser consideradas ‘boas’ ou ‘más’, dependendo da semelhança da imagem. Se ela for uma ‘má’ cópia, podemos estar diante de simulacro, de acordo com o platonismo. Dentro desse contexto, Gilles Deleuze, filósofo francês, distingue as “cópias-ícones” e os “simulacros-fantasmas”. As “cópias-ícones” operam a imitação do mundo das ideias, ao passo que os simulacros-fantasmas” constituem a cópia da cópia, “construídos a partir de uma falsa semelhança, que abriria caminho à dessemelhança, à perversão e ao desvio em relação à essência”.
Essa perversão ou repressão, porém, tem um limite. Os simulacros, ao contrário do que defendia Platão, possuem uma potência destrutiva que pode se tornar positiva na medida em que eles adquirem a capacidade de criar. Enquanto Platão defendia as “cópias-ícones” sobre os “simulacros-fantasmas”, Deleuze buscou fazer o inverso. Ele queria reverter essa ideia do platonismo e reafirmar os simulacros entre os ícones ou cópias. O problema não se refere mais à distinção entre essência e aparência. Tal distinção se daria no mundo da representação. A questão seria introduzir uma subversão neste mundo.
Para exemplificar, vejamos a trajetória dos Beatles. As primeiras músicas do grupo de Liverpool nada mais era que uma cópia dos astros do rock do momento. As canções nos remetiam claramente a Chuck Berry, Buddy Holly, entre outros. Mesmo que já haja criação desde esses primeiros momentos, parece possível afirmar que trata-se de uma criação representacional, ou seja, que não foge do modelo, que não nega a

Relacionados

  • Alétheia, eídolon, mímesis: verdade, simulacro e crise da representação em platão
    33737 palavras | 135 páginas
  • Platão e a mentira
    2330 palavras | 10 páginas
  • Artigo sobre platão
    2550 palavras | 11 páginas
  • Simulacro
    3815 palavras | 16 páginas
  • Trabalhos
    909 palavras | 4 páginas
  • UMA POÉTICA DA ERRÂNCIA: SIMULACROS EM MORANGOS MOFADOS
    3137 palavras | 13 páginas
  • estética na filosofia de platão
    593 palavras | 3 páginas
  • Simulacros e simulação
    5972 palavras | 24 páginas
  • Sofista
    655 palavras | 3 páginas
  • sociedade
    332 palavras | 2 páginas