Platão e a mentira

2330 palavras 10 páginas
PLATÃO E A MENTIRA Amarildo Pessoa
“Inventamos a maior parte da vivência e dificilmente somos coagidos a não contemplar como ‘inventores’ algum evento. Ou, para exprimi-lo de modo mais virtuoso e hipócrita, em suma, mais agradável: somos mais artistas do que sabemos”. (Nietzsche)
A primeira referência de um discurso sobre a arte se encontra na obra de Platão. A beleza como objeto de reflexão da filosofia no intuito de elaborar uma ontologia do belo, não encontra aqui um objeto autônomo, isso só vai acontecer no século XVIII quando Baugarten define a estética como ciência do Belo. O discurso de Platão tem o objetivo epistemológico de assegurar o conhecimento da verdade. Ao reduzir as artes ao nível da ilusão Platão estaria protegendo os cidadãos da principal fonte de engano que é Fundamento de toda fruição estética: O mundo dos sentidos. No último capítulo da República, Platão elogia os poetas pela sua capacidade de imitar todas as coisas e embora conseguissem fazer coisas admiráveis, na cidade ideal não existe e nem deve existir pessoas como eles. O que chama atenção no texto é o elogio e a reverência a figura do Poeta e em seguida sua expulsão da cidade. Ao identificar o perigo que o artista pode representar percebemos o reconhecimento da força do fenômeno artístico. Para os desavisados o poeta copia para o Filosofo ele imita, realiza uma mímesis. Buscar a diferença entre cópia e imitação nos possibilitará a pensar a mímesis, o conceito moderno de arte.
Na obra de Platão não há explicitamente uma teoria da arte pois sua manifestação primordial,a aparência, não tem lugar na sua filosofia. O belo aparente é mencionado para demonstrar como as coisas participam da idéia perfeita de belo. A partir da coisa que contém o reflexo do belo podemos chegar de uma forma ascendente à idéia perfeita, ao belo em si, que por sua vez participa da idéia das idéias: o “Sumo Bem “ . tal dialética encontramos no banquete:
“Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente

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