Perigo

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Para as 18 milhões de pessoas que moram na Grande São Paulo, o problema da poluição atmosférica fica relegado a uma posição secundária diante de tantos outros de uma megalópole. Além disso, muitos habitantes da região não se sentem parte de um ambiente natural, como ocorre, por exemplo, com os ribeirinhos ou os indígenas da Amazônia. Porém, a situação ambiental da cidade não pode continuar ignorada. Dados recentes mostram inequivocamente que a bacia aérea de São Paulo - área em que o relevo, os ventos e outras condições de dispersão de poluentes determinam o impacto das atividades humanas na qualidade do ar - está saturada. Essa constatação não é feita apenas por pesquisadores. Médicos atendem cada vez mais pacientes com complicações respiratórias causadas pela poluição.

A evolução tecnológica, junto com políticas nacionais como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que completa duas décadas este ano, trouxeram importantes progressos. Os automóveis particulares hoje emitem 98% menos monóxido de carbono que nos anos 80. Também se retirou o chumbo tetraetila da gasolina - um aditivo altamente tóxico usado para aumentar sua octanagem - e o teor de enxofre presente nos combustíveis atualmente está abaixo dos 0,5%. Mesmo assim, os problemas atuais são difíceis de contornar.

Nelson Gouveia, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), dedica-se há quase uma década ao estudo dos efeitos da poluição do ar na cidade de São Paulo. Os dados apresentados por ele são conclusivos. Os contaminantes atmosféricos são capazes de afetar bebês, mesmo no útero materno. Um estudo feito por seu grupo de pesquisadores analisou uma amostra de 311.735 crianças nascidas entre 1998 e 2000. Dentro desse universo, 4,6% dos bebês estudados tinham menos de 2,5 kg ao nascer. Essa proporção é alta, comparada com a de locais menos poluídos. Testes estatísticos revelaram uma correlação significativa entre o peso dos

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