Pensar/sentir

Pensar/Sentir Um dos maiores dilemas existenciais do Homem é saber como jogar adequadamente com o binómio pensar e sentir. Quando ser lógico ao pensar e quando ser emocional ao sentir? Como dosar adequadamente essas duas propriedades tão humanas que parecem ser antagónicas, mas que na verdade são complementares? Quanto de sentimento devemos colocar no trabalho e quanto de pensamento nas nossas relações afectivas? Estas questões são pertinentes e passam pela nossa mente mesmo sem termos consciência disso. O que será mais importante: o sentimento ou o pensamento? Claro que o ideal é o equilíbrio harmonioso de ambos, do sentir e do pensar. Mas se tivermos que optar por um dos dois, a opção mais inteligente e sensata é priorizar o primeiro, escolher sem pestanejar, o pensamento. E porquê esta escolha? Na verdade, se pensarmos, nós compreendemos muito melhor a natureza e tudo aquilo que nos rodeia, se em vez de nos limitarmos a olhá-la, a sentirmos. Quando pensamos sobre ela, quando a racionalizamos, por outras palavras, quando traduzimos aquilo que vemos em ideias, nós não captamos a realidade tal qual ela é. Por outro lado, quando nós a sentimentos, nós compreendemos. Passo agora a citar três versos constituintes do II poema da colectânea de “O Guardador de Ovelhas”, daquele mestre dos heterónimos, Alberto Caeiro.
“Pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) ” Estes versos vieram, portanto, apoiar aquilo que disse anteriormente. Vou também apoiar a minha opinião num estudo baseado em pesquisas científicas sérias e que foi concluído pelo filósofo Will Durant, o qual constatou que havia três condições essenciais à vida do ser humano: a fé, o amor e a esperança. E elas são o quê? Não são pensamentos, mas sim sentimentos. Portanto, não pensamos necessariamente nelas, mas sentimo-las. Admito que nada no ser humano é mais nobre e maior que a razão, o seu pensamento. Nada se compara à sua capacidade