Pedagogia

Lançamento: 1915 (1ª edição)
Autor: Franz Kafka (1883-1924)
Editora: Nova Fronteira/Saraiva de Bolso
Gênero: Ficção
Avaliação: Ótimo
Páginas: 80
Eu terminei de ler esse livro há mais de uma semana e ainda não sei direito o que dizer sobre ele. Eu sempre pensei que os livros do autor fizessem parte daquele grupo de clássicos difíceis de ler e completamente cansativos. Quem poderia imaginar que um livro escrito no comecinho do século XX poderia ser tão atual?!
O livro começa quando Gregor Samsa, nosso personagem principal, acorda e se vê transformado em nada mais nada menos que um inseto! Assim, do nada. Nem a gente sabe o porquê e muito menos ele.
Ao invés de sua família dar todo o suporte esperado para que ele possa se recuperar ou até mesmo descobrir o que havia lhe acontecido, eles demonstram nojo. Se não fosse sua irmã levando comida a ele, que agora era mantido preso em seu quarto, Gregor seria completamente esquecido.
Mas o mais triste é que Gregor não era um vagabundo qualquer, ele sustentava toda a casa com seu trabalho de caixeiro-viajante. Depois da “metamorfose”, impedido de voltar ao trabalho, seu pai e sua irmã tiveram que arranjar um emprego ou seriam consumidos pelas dívidas. Gregor não tinha mais utilidade para a família. Agora ele era um encosto indesejável na casa.
Enquanto eu lia, me sentia angustiado pelo personagem e ao mesmo completamente curioso quanto ao que tinha levado ele àquele estado. Ainda mais curioso sobre qual seria seu destino, já que as únicas pessoas que tinha na sua vida não se importavam mais com ele.
O livro tem essa base meio nonsense que me deixou quase maluco porque há algumas dezenas de milhares de possibilidades para o que cada pessoa pode interpretar. E essa estranheza que gera o fato do personagem ter se tornado um inseto, faz a gente querer entender cada uma dessas possibilidades.
O livro fala acima de tudo sobre nós. O quanto podemos ser frios, o quanto simplesmente ignoramos os problemas difíceis de se