Pedagogia
O curso de pedagogia não era muito bem definido quanto à identidade do profissional formado, às matérias a serem ministradas para o curso etc. Havia uma “confusão” entre a necessidade de definição de uma política científica e acadêmica para a área (base de atuação) e a política profissional (mercado de trabalho).
Com a chegada do capitalismo, houve a necessidade de adequar o sistema educacional ao modelo de desenvolvimento econômico implementado a partir de 64. A reforma do sistema educacional passava a ser uma exigência, não apenas com o objetivo de resolver problemas mais prementes.
Na época, final da ditadura militar, o Estado precisava interferir na forma de organização da educação, principalmente das universidades, atingindo os centros de produção de conhecimento e desarticulando os núcleos do pensamento crítico. As faculdades de educação surgem nesse contexto ditatorial, nascidas do processo de desarticulação das faculdades de filosofia e letras, subdivididas em vários institutos e faculdades, das quais a seção de pedagogia foi transformada numa unidade de sistema profissional, isto é, a faculdade de educação.
Já se pensou na possibilidade de pulverizar o curso de pedagogia, com a instituição da matrícula por disciplinas e a criação do sistema de crédito, com isso teria tal fragmentação agravada. O processo de desenvolvimento do capitalismo passou a ditar suas novas regras para a educação para a estrutura e organização do ensino.
A criação de novas funções na escola e de novas habilitações no curso de pedagogia trouxe para o processo de trabalho pedagógico e para o interior da escola a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual, presente na sociedade capitalista.
Era preciso retomar a direção do processo de decisão sobre a educação e sobre as diretrizes envolvendo o conteúdo e a forma dos cursos de formação de educadores, tornando-os mais adequados à realidade brasileira e aos desafios que se colocavam para se fazer frente aos