parto humanizado

1. INTRODUÇÃO
Historicamente o processo de nascimento é um evento natural, de caráter íntimo e privado, sendo uma experiência compartilhada entre as mulheres e seus familiares. A principio, as civilizações antigas atribuíram inúmeros significados a este acontecimento. Com o passar dos tempos, os conceitos foram repensados e reformulados, principalmente devido aos avanços científicos e tecnológicos (VELHO, OLIVEIRA E SANTOS, 2010).
Sabe-se que o acompanhamento do trabalho de parto e parto ocorria no ambiente domiciliar, onde a mulher era assistida por uma parteira ou uma "aparadeira" de sua confiança, e apoiada pelos seus familiares. Tendo em vistas essas questões, bem como a elevada taxa de mortalidade materna e infantil no século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, ocorre a institucionalização do parto, onde o cuidado prestado à mulher em processo parturitivo passou do domicilio para o hospital e conseqüentemente a sua medicalização (BRUGGEMANN, PARPINELLI E OSIS, 2005).
Desta forma, o processo parturitivo deixa de ser um fenômeno de essência familiar, individual e fisiológico e passa a ser um momento de experiências, na maior parte das vezes negativas, perdendo assim as características de individualidade feminina e de um acontecimento natural, sendo o trabalho de parto encarado pelos trabalhadores da saúde como um evento patológico e propício para as intervenções (SANTOS E PEREIRA, 2012).
Atualmente, para o Ministério da Saúde a assistência hospitalar ao parto deve ser segura, garantindo para cada mulher os benefícios dos avanços científicos, mas fundamentalmente, deve permitir e estimular o exercício da cidadania feminina, resgatando a autonomia da mulher no parto (BRASIL, 2001). É importante salientar que para o Ministério da Saúde um cuidado eficaz a mulher em processo parturitivo contempla assistência de qualidade que garanta um acolhimento à mulher com dignidade e respeito; acompanhamento por profissionais qualificados e dentro dos