Papel Social do Historiador
O historiador tem por função estudar o homem no tempo e na sociedade que integra. Com o fim do positivismo não se limita a estudar o passado e investiga também acontecimentos do presente, que, como diz Marc Bloch não existe, pois qualquer acontecimento no momento seguinte a ter acontecido é passado… A história não pode deter-se nas narrativas do passado e dos seus vestígios, é uma história viva que se perpetua e renova em contínuo através do tempo. O historiador de forma isenta, vai ter de analisar os factos, construir interpretações em relação ao seu objeto de estudo e colocar questões pertinentes ao seu tempo, sem esquecer que ele próprio é fruto do seu tempo. Quando analisa os factos relacionados com o assunto que quer aprofundar, vai selecionar aqueles que considera essenciais, os que podem vir a provocar consequências no futuro, e colocar-se-á na posição dos seus leitores atuais e daqueles de uma época posterior aos mesmos. Se ao jornalista interessa o imediato, o facto no momento, ao historiador interessam as raízes profundas desse mesmo facto, bem como as transformações que lhe deram lugar, ou o ocasionaram, e que se irão refletir no futuro.
Marc Bloch no seu livro Apologia da História diz-nos a este respeito que quando se ignora o passado não se compreende o presente, e talvez não haja qualquer utilidade em compreender o passado se não formos capazes de compreender o presente. O próprio Marc Bloch um medievalista francês notável, foi fruto do seu tempo. Nascido a 6 de Julho de 1886, combateu na Primeira Guerra Mundial nas linhas da frente e foi condecorado. Depois dessa altura integrou-se na Universidade de Estrasburgo e aí conheceu o seu amigo de sempre, Lucien Febvre com quem fundou em 1929 a revista Annales d’Histoire Economique et Sociale. Em 1939 a Segunda Grande Guerra irrompe na Europa, e Bloch que era judeu, alistou-se na resistência francesa. Foi capturado e fuzilado pelos nazis perto de Lyon em 16 de Junho de