opinião

Engraçado, eu entendi que a expressão, somos todos macacos, e ainda, um loirinho comendo banana, seria de um entendimento simples. Somos todos iguais. Assim, se você dá uma banana para um negro pode dar também para o branco, afinal somos todos macacos, comemos bananas, independente da cor. Não entendi toda a patrulha. Claro que tem os aproveitadores, mas isso não me parece ter nada a ver com a mensagem somos todos macacos. Para mim, diz simplesmente, somos todos iguais. Pior que não fazer nada é criticar quem tenta fazer algo. Enfim. De toda forma, peço desculpas se me acharem ignorante.
Bem, não vejo rancor nos textos dos ativistas do movimento negro. A questão não é que a experiência do racismo deles não seja válida, mas que eles realmente a vivenciam de forma diferente dos pretos pobres anônimos (muitos dos quais são mortos pela polícia pela cor da pele). E que talvez por isso eles, junto com brancos, tenham iniciado essa campanha. Não sei. Mas de todo modo, acho perigoso legitimar o discurso do macaco e da banana, pois ele parece ser apenas manifestação do mito da democracia racial. No caso do Tinga, que aconteceu há alguns meses, fiquei surpresa com o ataque do pessoal de esquerda ao jogador qdo ele afirmou que não soube o que dizer ao filho de 5 anos (!) qdo ele perguntou pq haviam chamado o pai de macaco. Foi criada toda uma celeuma, toda uma condenação por um desabafo por uma situação difícil que ele passou, que seria explicar para uma criança de 5 anos que o mundo é um desastre. A única coisa da qual discordo no texto do Belchior é tratar toda essa questão como apenas uma questão de falta de inteligência e/ou manipulação, pois acho que a coisa é mais complexa que isso. É a questão de como os sentidos são historicamente construídos, e isso independentemente da inteligência e intenções. Os sentidos, construídos historicamente, vão além de intenções, e não estão sob total controle. Mas… essa é uma visão que se alinha com o pensamento de Michel Foucault, e há