Em minha opinião

Em minha opinião, Faroeste Caboclo não tem nada a ver com religião, trata-se de uma crítica social, de como houve uma época em que os investimentos eram voltados apenas para a região sudeste e a capital (Brasília) e a região do Nordeste era praticamente negligenciada. Enquanto essas regiões enriqueciam, pessoas no nordeste viviam na miséria. E quando vinham para as regiões ricas tentar vencer na vida, enxergava outra realidade, uma desigualdade desumana, muitos trabalhavam e o que ganhavam não rendia e acabavam se marginalizando, como diz no trecho:
“E Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar
Mas ele não queria mais conversa e decidiu que,
Como Pablo, ele ia se virar”
É assim que muitas pessoas se marginalizam, na necessidade e, quando veem que isso rende muito mais que o trabalho nesse país acaba permanecendo nessa vida. Hoje em dia nosso país tem bem menos desigualdade que antigamente, mas isso não significa que tenha acabado por isso Faroeste Caboclo apesar da época em que foi composta, continua sendo atual. Santo Cristo representa todas as pessoas que se arriscam para tentar uma vida melhor e acabam optando pelo mundo do crime, Pablo é aquele cara que incentiva a entrar para um caminho errado, Maria Lucia pode representar o arrependimento, o general é alta sociedade ou os políticos que pisam nos pobres sem a menor consideração. Ufa! É isso…

Essa música fala da ilusão dos jovens que pensam serem diferentes e até mais evoluídos que as gerações passadas e a realidade é que a vida é uma “refazenda”(Como diz Zé Ramalho).

É costume acharmos que o conhecido pela gente é o melhor ou que as artes e as músicas de um tempo atrás eram a verdade, mas a música interpreta que é preciso dar espaço para o novo. E é uma crítica que independente da mudança que o novo pode trazer vamos viver sempre como nossos pais