Niestzsche um "crítico" da ciência?

1329 palavras 6 páginas
NIESTZSCHE
Um “crítico”da ciência ?

Em Niestzche- um "crítico" da ciência? (Leitura do aforismo 344 de A Gaia Ciência), Rogério Hafez busca analisar um fragmento desta obra acerca da percepção niestzchiana em relação à ciência e seu impacto nas relações sociais, seja nos debates entre estudiosos ou entre o público geral. O filósofo Friedrich Wilhelm Niestzche entende o século XIX ao qual vivenciava como um século marcado pelo máximo de crença na ciência e no pensamento como veículo de transformação social, logo era preciso questionar-se o que, de fato, tornaria a ciência como fundamento da quebra de paradigmas até então existentes.
Muitos estudiosos consideram Niestzche como um crítico dos valores ocidentais, da tradição cristã e platônica. Para isso, vale lembrar que, em Platão, o homem só atinge a meta principal de seu pensamento quando obtém o conhecimento científico.
Já para o filósofo do século XIX, na ciência as convicções só ganhariam direito à "cidadania" quando são postas como hipóteses, ou seja, quando são vistas com alguma desconfiança. Sendo assim, ele questiona se a validade desta atividade estaria relacionada a uma convicção que se sobrepusesse a todas as anteriores, afinal são pressupostos a serem certificados e identificados como detentores do saber. Este saber, de fato, estaria apoiado em uma vontade de se descobrir a verdade e de não se deixar enganar, bem como a de não enganar a outrem. Desta forma, a credibilidade da ciência não está pautada pelo uso de um cálculo utilitário, mas muitas vezes ela acaba por circundar o terreno da moral.
Neste ponto, acredita-se que a verdade sem medida poderia ser considerada um veneno que conduz o ser à sua própria morte. Na busca da verdade, o homem não quer se deixar enganar porque sabe que isso ocorre de forma perniciosa e destrutiva, para tanto a ciência seria uma forma de possuir cautela e proteção. Também o não enganar outro homem poderia ser considerado como uma forma de não se criar

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