Nature and Society
1996. Introdução. In: __________ Nature and Society: anthropological perspectives. Londres: Routledge. (pp.: 1-22)
O livro resulta do conjunto de papers inesperadamente apresentados na “III Conferência da Associação Européia de Antropologia Social”, realizada em Oslo, 1994. Inesperado porque à época o tema da ecologia, ambiente e natureza era periférico em relação à hegemonia pós-moderna. A apresentação dos trabalhos deste volume pegaram de surpresa os organizadores do evento, que viram suas sugestões temáticas esvaziadas em favor do ressurgimento das questões aqui afeitas, bem como parentesco e organização social.
Os autores da coletânea focam na interface natureza/sociedade. Cinco são as questões que pautam os trabalhos.
a) Os diferentes modelos culturais de natureza são condicionados pelo mesmo conjunto de esquemas cognitivos?
b) Seria o caso de substituirmos a categoria dualista natureza/cultura historicamente relativa com as distinções mais gerais entre o selvagem (wild) e o socializado (socialised)?
c) As culturas não ocidentais oferecem modelos alternativos para repensarmos a universalidade e o tema das atitudes morais sobre não-humanos?
d) A obscura oposição natureza/cultura sugerida por certos setores da ciência contemporânea implicarão uma redefinição das categorias cosmológicas e ontológicas tradicionais do ocidente?
e) A rejeição teórica da oposição natureza/cultura significa meramente um retorno aos conceitos ecológicos do nascente mundo europeu medieval, ou constitui o palco para um novo tipo de antropologia ecológica?
Dividida em três partes, esta introdução sublinha os temas, abordagens teóricas consensos e desacordos nos argumentos apresentados.
(:2) The Nature/Culture Dualism
Apresenta os modos de apropriação do dualismo nas diferentes correntes de pensamento.
a) Matrialistas: natureza é determinante da ação social. Importam-se modelos explicativos das ciências naturais
b) Ecologia