Mutatis Mutandis
Como de costume, colocou o capacete na cabeça, mochila nas costas e pegou a bicicleta. Fazia tudo sempre nessa ordem, pois a rotina o deixava mais confortável. Pedalava rapidamente e podia até fazer isso de olhos fechados, uma vez que a repetição do caminho já havia atingido a automaticidade. Ao chegar à rua principal, constatou a interdição da mesma. Parece que havia ocorrido algum acidente mais cedo e mesmo ciclistas e pedestres não poderiam passar. Ele gelou. Sempre fazia este mesmo caminho todos os santos dias, e agora teria que percorrer um trajeto muito maior, mais complicado e pior: desconhecido. Definitivamente não gostava de mudanças.
Deu meia volta e entrou naquela ruazinha em que nunca havia entrado, com os olhos bem abertos por não conhecer os arredores. Desta forma observou frondosas árvores que adornavam a via, passarinhos cantantes e muitos outros ciclistas que, assim como ele, estavam fazendo o caminho pela primeira vez. Alguns deles se avizinharam e foram conversando amigavelmente com o garoto até que ele chegasse ao seu destino. E quando ele se aproximou de sua escola, lamentou que o passeio tivesse sido tão curto...
O medo de mudar pode ser equiparado ao medo do desconhecido, e tais comportamentos são inerentes à natureza humana. Apegamo-nos às coisas que conhecemos e torna-se difícil desfazermo-nos delas. Porém não se pode esquecer que a mudança nos torna sempre mais fortes, além de, muitas vezes, nos trazer mais benefícios do que poderíamos imaginar. Variações em nossas vidas nos impelem a evoluir, estimulando nossos sentidos, e, assim, a transformação faz daqueles que a presenciam pessoas mais experientes, mais corajosas e, sobretudo, mais criativas!
É imprescindível mudar o que deve ser mudado para sermos inovadores e não nos acomodarmos em nossas respectivas zonas de conforto. A inovação implica a mudança. Mudar é abrir as portas para o novo, e abraçar a mudança é abrir a mente para o futuro.
* é uma