Mitos populares pró-lixo
Patrícia Cristina Silva Leme
Daniela Sudan
Patrícia Blauth
Como profissionais de educação ambiental, nos dedicamos há certo tempo à questão do lixo enfocando a necessidade de minimizarmos a produção de resíduos a partir da revisão dos nossos padrões de consumo (CONSUMERS
INTERNATIONAL,
1998;
CNUMAD,
1996;
ONU,
1996,
MEADOWS
et al, 1992). E, ao longo
de vários anos de trabalho educativo, com os mais diversos públicos de universidades, escolas, empresas, associações e pessoas, colecionamos o que viemos a chamar, afetuosamente, de “Mitos populares pró-lixo”. Ou seja, os argumentos apresentados pelas pessoas para justificarem a dificuldade em praticar um consumo mais crítico e responsável, em assumir um estilo de vida marcado pela simplicidade voluntária, enfim, em adotar atitudes que evitam desperdícios e diminuem a geração de resíduos.
Evidentemente alguns dos argumentos para a manutenção de maus hábitos com relação ao lixo parecem mais uma “desculpa”, como afirmar “eu jogo lixo na rua para garantir o emprego do gari”, embora algumas pessoas realmente acreditem nisso. Este artigo pretende contribuir para a discussão de alguns mitos de natureza mais técnica-conceitual e de outros associados a valores de nossa cultura urbano-industrial.
Entendemos que estes conceitos e valores devem ser explicitados e questionados nas ações de educação relativas à minimização dos resíduos. Caso contrário, continuarão sendo usados para legitimar nosso padrão insustentável de consumo, desviando as pessoas de uma análise que chegue mais próximo à raiz dos problemas ambientais.
Os argumentos que reunimos “contra” a minimização de resíduos, apresentados entre aspas ao longo do texto, estão agrupados nos seguintes mitos, relacionados: 1.
2.
o mito da esterilidade o mito da grandeza
3.
4.
5.
6.
7.
8.
o mito da degradabilidade o mito da renovabilidade o mito da reciclagem o mito da modernidade
o