Mies Van Der Rohe

Mies Van Der Rohe: Mestre da montagem
"Torna-se cada vez mais claro que Mies é 'o arquitecto do século XXI' de tal modo foi importante a sua contribuição ao transpor as técnicas visuais das vanguardas para o modo de pensar e fazer a arquitectura, e fazer a cidade." Foi com estas palavras que o arquitecto Eduardo Souto de Moura, presente entre a audiência que preencheu a sala, comentou a conferência Mies Dada - Mies van der Rohe & Encontros Dada nos Arranha-Céus de Berlim - 1920.
"Hoje, a cidade é, quer queiramos quer não, feita de justaposições e colagens, e Mies compreendeu isso muito cedo", continuou Souto de Moura, para quem o arquitecto germano-americano é uma referência importante na sua obra.
A conferência, organizada pela Dafne Editora, trouxe Martino Stierli, professor no Instituto de História de Arte da Universidade de Zurique e autor do livro Las Vegas in the Rearview Mirror: The City in Theory, Photography, and Film (recentemente publicado pelo Getty Research Institute), ao cinema Passos Manuel, no Porto. Stierli falou sobre o impacto do movimento Dada e dos meios visuais das vanguardas artísticas do início do século XX na obra daquele que é considerado um dos mestres da arquitectura moderna.
O cerne do seu trabalho é a história da arquitectura. Hoje há uma certa tendência para questionar e duvidar do statu quo da arquitectura. Outros modos da sua prática, relacionados com a performance ou a política, desencadearam uma crítica que parece dispensar o conhecimento passado da disciplina. Perante isso, qual a utilidade da história da arquitectura?
Há bastante tempo que a história da arquitectura tem sido posta em causa. O seu apogeu foi nos anos 1980, com o pós-modernismo e o interesse pela história como recurso para o desenho. Nesse momento, a história da arquitectura foi muito útil para os arquitectos. Foi uma excepção ao espírito da modernidade, cuja retórica era iconoclasta. Ou seja, "vamos deitar fora esta tralha da história e fazer uma coisa