Midrash
I. A Morte de Moisés, Nosso Mestre.
Disse o Rabi Abbahu: Vinde ver como foi dura a hora de Moisés, quando nosso libertador partiu do mundo. Pois quando Deus lhe disse: Chegou a tua hora de deixar o mundo, Moisés começou a chorar e a gritar, e perguntou a Deus: Senhor do Universo, tudo que fiz foi por nada? Foi para nada que trabalhei como um cavalo para Teus filhos? Terei agora, como final, o túmulo? Terminarei em pó? Se Vós pudésseis vê-lo da minha maneira, Vós me afligiríeis com sofrimento, mas não me mandaríeis às dores da morte (Davi falou disso) Senhor me castigue com sofrimento, mas não me entregue à morte (Salmos 118:18).
E Deus disse a ele: Moisés, Eu jurei que um reinado não pode sobrepor o outro nem por um fio de cabelo. Assim, foste rei de Israel, mas chegou agora o tempo em que Josué deverá reinar sobre eles.
Moisés respondeu a Deus: Mestre do Universo, no passado fui mestre, e Josué meu discípulo. Deixa-me agora ser seu discípulo e ele meu mestre, mas não me deixe morrer.
E Deus disse: Se tu o podes fazer, siga adiante.
Moisés foi imediatamente até a porta de Josué, onde se postou a serviço deste, com o corpo curvado e os braços cruzados. Não percebeu Josué que ali estava seu mestre Moisés colocado a seu serviço.
Os israelitas, como era de seu costume, levantaram-se cedo para levar o seu respeito à porta de Moisés, mas não o encontraram. E perguntaram: Onde poderá estar Moisés? E então lhes disseram: Ele se levantou cedo para levar seus respeitos à porta de Josué.
Então os israelitas foram ver o que se passava e viram Josué sentado e Moisés, nosso mestre, em pé a seu serviço. E perguntaram: Josué, Josué, o que fizeste? Moisés, o teu mestre, fica a teu serviço, com o corpo curvado e as mãos cruzadas?
Os olhos de Josué se abriram e ele então notou que era Moisés quem estava diante dele e a seu serviço. Josué prostou-se imediatamente diante de Moisés e implorou: Meu pai! Meu pai! Meu Mestre! Meu Mestre!