Microbiológica de alimentos
Após um período no qual o ser humano tinha a sua alimentação baseada apenas nos abundantes recursos da natureza, o homem passou a plantar, criar animais e produzir o seu próprio alimento. A domesticação de animais e o cultivo de colheitas necessitaram de atividades de cozimento e estocagem. A produção de cevada iniciou no Vale do Rio Nilo, no Egito, há cerca de 18 mil anos, gerando a necessidade de preservação dos grãos, mantendo-os secos para evitar a deterioração por fungos.
A preservação por intermédio da adição de mel e azeite de oliva também são formas antigas de conservação de alimento, bem como o sal. Os sumérios (3000 a.C), os primeiros criadores de gado de corte e de leite, já conheciam as técnicas de salga de carnes e peixes, assim como os chineses e gregos.
Os romanos, em 1000 a.C., empregavam neve para a conservação de carnes e frutos do mar. Técnicas de defumação de carne e queijos foram aprimoradas nesta época, segundo evidências encontradas pelos arqueólogos (FORSYTHE, 2010).
Os progressos realizados no sentido de se compreender a natureza das doenças causadas pelos alimentos foram sempre bastante lentos. Na Idade Média, milhares de pessoas morriam de ergotismo sem que se soubesse que se tratava de uma intoxicação aguda causada pela ingestão de cereais contaminados com um fungo (Claviceps purpurea).
Com o surgimento de alimentos preparados, começaram a ocorrer os problemas relacionados com doenças transmitidas pelos alimentos e com a rápida deterioração devida, principalmente, à conservação inadequada dos alimentos (FRANCO, LANDGRAF, 2008).