Malinowski
O conteúdo central do texto são os métodos usados na coleta do material etnográficos, Malinowski se baseia em suas experiências com nativos da Papua-Nova Guiné. Para Malinowski, as boas obras etnográficas, devem proporcionar ao leitor a possibilidade de estimar com precisão o grau de familiaridade do autor com os fatos que descreve e formar ideias a respeito das condições sob as quais foram obtidas dos nativos, sendo assim, não faz generalizações, e informa ao leitor as experiências que o fez chegar a determinadas conclusões. Segundo Malinowski:
(...) só terão inquestionável valor científico as obras etnográficas em que possamos separar claramente, de um lado, os resultados da observação direta das afirmações e interpretações dos nativos e, de outro, as inferências do autor, baseadas em seu bom senso e em seu discernimento psicológico. (p.26)
É importante frisar que as fontes etnográficas são extremamente complexas e enganosas, pois não estão incorporadas em documento imutáveis, mas no comportamento e na memória de homens vivos.
Sendo assim, de acordo com a autor, para se obter sucesso na pesquisa etnográfica é preciso aplicar paciente e sistematicamente regras do bom senso e de princípios científicos bem conhecidos. São três os princípios metodológicos principais:
(i) Ter objetivos científicos e conhecer os valores e critérios da moderna etnografia: um bom treinamento teórico e estar familiarizado com os seus mais recentes resultados não é o mesmo que estar sobrecarregado com “ideias pré-concebidas”. As hipóteses do início da pesquisa, podem ser modificadas e rejeitadas sob evidências, uma vez que o pesquisador de campo baseia-se inteiramente na inspiração vinda da teoria. Dessa maneira, segundo Malinowski, a etnologia introduziu lei e ordem naquilo que parecia caótico e extravagante, transformando o mundo exótico e incompreensível dos “selvagens” em comunidades bem organizadas, governadas pela lei, comportando-se de acordo com princípios