Luiz Marques

488 palavras 2 páginas
Luiz Marques, em seu artigo A Perspectiva, “coisa mental”, nos chama a atenção para a possibilidade de que, segundo o autor, durante o biênio 1401-1402, em Florência, teria ocorrido uma ruptura de paradigma real na correlação entre a concepção geométrica da realidade, suas considerações estruturais e mensuráveis, e sua percepção na dimensão imaginária e subjetiva da experiência humana, ruptura essa diagnosticada pela inserção de noções inicialmente intuitivas que influenciavam as considerações sobre composições que priorizavam a possibilidade harmônica na representação das formas.
“Ao contrário do relevo de Brunelleschi, no qual a brutalidade gesto de Abraão e a terrível torção da cabeça de Isaac desferem um acorde dissonante, Ghiberti desconsidera a crueza do tema e privilegia a harmonia da composição, das formas [...]”
A observação é fundamentada através da concepção intencional de perspectiva transposta a uma representação plana, prenunciada por Giotto em suas duas “tribunas” pintadas na capela dos Scrovegni, em Pádua.
“Ali, de modo intuitivo, isto é, sem ainda se valer da geometria, o artista criou uma arquitetura na arquitetura, “furou” a parede e deu a ver espaços internos coerentes com o ponto de vista do espectador no centro da capela [...] trata-se, após o naufrágio da pintura antiga, do primeiro espaço de ficção da história da pintura ocidental que se aproxima com notável rigor da percepção psicofisiológica do espaço físico.”
A perspectiva torna-se então o objeto sublime na dialética da percepção, ao ser transposta objetivamente na representação artística, podendo assim reorientar nossa própria compreensão de percepção. O distanciamento crítico para com a representação da forma, evitando “a redução da pluralidade rugosa do visível, à simplicidade da superfície”, coloca a racionalização geométrica como fator integrante para os próprios conceitos no estudo teórico ou prático.
Mapeiam-se então as coordenadas gerais da percepção cognitiva sobre a

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