Livro: o que é participação política?

O que participação política?

Inúmeras revoluções foram realizadas e milhares de vidas foram sacrificadas em prol da busca de igualdades no âmbito político. Democracia foi o sonho e a busca de milhares de pessoas durantes um grande período. O regime predominante antes era a monarquia, onde a linha sucessória dos governantes não levava em conta a vontade da maioria, mas sim, o grau de parentesco das famílias reais, governava aquele que tinha sangue nobre.
Lutas e conquistas à parte, hoje a democracia e o direito ao voto são instituições muito bem estabelecidas no Brasil. No entanto, a população não enxerga tal direito como um privilégio, mas sim como um fardo. Não é difícil encontrarmos pessoas reclamando na época de eleições a “enxeção de saco” que é ter de acompanhar o horário político na televisão e ter de se deslocar, num domingo, de suas casas até um colégio eleitoral “apenas” para votar.
Política não é, ou ao menos não deveria ser, algo considerado tão distante da vida das pessoas, afinal, seus rumos afetam diretamente a vida de toda a população. Os chamados políticos, hoje, são considerados uma categoria à parte, quase não se estabelece uma relação direta entre suas decisões e a vontade do povo, que ao invés de agir cobrando uma postura mais digna de seus representantes preferem apenas exercitar uma demagogia preguiçosa acusando todos os políticos de ladrões e safados. A generalização corre solta.
Tal contexto cria um circulo vicioso, onde os políticos realizam ações com um fim em si mesmo, ou seja, no intuito de se manter no poder e galgar postos mais elevados, e a população se mantém inerte, aquém do que acontece no legislativo e no executivo.
O cidadão moderno se tornou um ser fragmentado, pertence a inúmeros grupos sociais, mas dificilmente participa de modo efetivo em alguma frente para modificar o status quo. É por isso que o quadro político brasileiro não tem mudanças muito representativas e as reformas necessárias quase nunca saem do papel,