Livro 1408 - stephen king
Assim como a sempre popular história de enterro prematuro, todo escritor de terrorsuspense deveria escrever pelo menos um conto sobre a Sala Fantasma n Hotel. Está é a minha versão dessa história. A única coisa pouco habitual nisso é que nunca pretendi termina-la. Escrevi as primeiras três ou quatro páginas como parte de um apêndice para meu livro On Writing (Sobre Escrever), querendo mostrar aos leitores como uma história desenvolve-se do primeiro esboço para um segundo. Queria principalmente fornecer exemplos concretos dos princípios sobre os quais eu vinha tagarelando no texto. Mas algo bacana aconteceu: a história me seduziu, e acabei escrevendo-a toda. Acho que o que nos assusta varia amplamente de indivíduo para indivíduo (nunca consegui entender por que boomslangs peruanas são calafrios em algumas pessoas, por exemplo), mas esta história me assustou enquanto eu trabalhava em seu texto. Ela apareceu originalmente como parte de uma coletânea em áudio chamada Blood and Smoke [Sangue e Fumaça], e o áudio me assustou ainda mais. Chegou mesmo a me apavorar. Mas quartos de hotel são locais naturalmente sinistros, não acha? Isto é quantas pessoas dormiram naquela cama antes de você? Quantas estavam doentes? Quantas estavam enlouquecendo? Quantas talvez pensassem em ler alguns versículos finais da Bíblia na gaveta da mesinha para depois se enforcarem no closet ao lado da tevê? Brrr. De qualquer modo, vamos entrando. Aqui está a sua chave... e pode observar com calma o que esses quatro números inocentes significam. É bem no final do corredor.
I MIKE ENSLIN ESTAVA ainda à porta giratória quando viu Olin, o gerente do Hotel Dolphin, sentado numa das superestofadas poltronas da sala de estar. O coração de Mike afundou. Talvez eu devesse ter trazido o advogado novamente, pensou. Bem, agora era tarde demais. E mesmo se Olin tivesse resolvido colocar mais um ou dois obstáculos entre Mike e o quarto 1.408, isso não era de todo mau; havia compensações. Olin estava