LITERATURA NA MODERNIDADE/ SUBALTERNIDADE À BRASILEIRA
O processo de modernização capitalista que ocorre no Brasil nas décadas de 1930 e
1940 se configura pela associação de dois elementos, constituindo-se numa unidade dos contrários, entre o moderno, que cresce e se alimenta em função do atrasado, ou pré-moderno, que sobrevive na medida em que serve ao primeiro. A “crítica da razão dualista”, formulada por Francisco de Oliveira, leva em conta que o processo histórico real mostra uma simbiose e uma organicidade, uma unidade dos contrários, entre o “moderno”, que cresce e se alimenta em função do “atrasado”. Dessa forma, o subdesenvolvimento é precisamente uma
“produção” da expansão do capitalismo.
A partir da reflexão sobre a “exclusão” de uma parte da população do direito à cidadania, a o que autor vai denominar de subcidadania, e da crítica sobre a visão sociológica predominante sobre a modernização periférica, Jessé Souza vai formular uma visão alternativa sobre a modernização brasileira. Como suportes teóricos, o autor vai utilizar, de forma articulada, as reflexões de Charles Taylor e de Pierre Bourdieu sobre a configuração valorativa implícita ao racionalismo ocidental que configura um tipo específico de hierarquia social, assim como uma noção de reconhecimento social nela baseada que, supostamente universal e neutra, tende a naturalizar a desigualdade