LIBERDADE E POLÍTICA NA MODERNIDADE
Por intermédio de consulta bibliográfica e análise crítica das obras consultadas, especialmente do texto “O sentido da política em Annah Arendt”, o presente trabalho aborda as relações da política com a liberdade na modernidade, demonstrando as transformações ocorridas nessa relação desde a Grécia Antiga até os nossos dias.
Ao final, demonstra que, na verdade, o que existe atualmente não pode ser designado como política e nem como liberdade, pois a política foi substituída pela dominação e a liberdade pelo livre-arbítrio.
Introdução
Na Grécia Antiga, o significado da política e as causas que a justificava tinham estreita relação com a liberdade dos indivíduos e com o bem comum. Hoje, o próprio significado de liberdade mudou, assim como mudou o sentido e as possibilidades da “política” moderna.
É importante, então, entender esse movimento e as suas causas, de modo a compreender a repercussão dessa transformação na nossa condição humana.
É possível ser humano sem ser político? É possível ser político sem ser livre? Ao menos existe, na modernidade, a possibilidade da política e da liberdade?
Política, liberdade e ética no mundo grego
Havia, no mundo grego antigo, uma clara separação entre o público e o privado. Essa separação incluía o modo de agir em cada um desses âmbitos e a indicação acerca de quem deveria agir neles.
No âmbito privado, por exemplo, imperava o despotismo do homem, do pai, que predominava absoluto sobre os outros membros do núcleo: a mulher, os filhos e os escravos.
Não havia, portanto, igualdade no âmbito familiar, pois o pai considerava todos os outros membros em situação social e moral inferior à sua. Eles eram meros subordinados, e, por isso mesmo, submetidos a restrições de toda ordem. Nem mesmo tinham direito de participar da vida pública. Nada criavam no espaço público, nada condicionavam, e não eram agentes de qualquer ato socialmente relevante. Ao contrário disso, eram objetos integralmente