liberdade em sartre

Liberdade em Sartre
O homem não pode se conhecer
Antes de falar sobre Liberdade em Sartre é preciso pensar sobre a forma como Sartre entendia o homem e o conhecimento de si. Ou melhor, que o homem pode conhecer as coisas, o objeto, tudo que está fora dele, mas não pode conhecê-lo, conhecer a si mesmo. Pelo simples fato que o homem não pode ser ao mesmo tempo, sujeito que conhece e objeto que é conhecido. Nosso “eu” é na verdade um fluxo de existência consciente, que no momento que o cristalizamos para defini-lo podemos dizer o que fomos (passado) naquele instante, mas não o que somos. O melhor verbo para designar alguma coisa sobre nós mesmos é “ESTAR” e não “SER”. Porque se dizemos “somos alguma coisa...” estamos cristalizando nosso fluxo de consciência que é na verdade um fluxo intenso e em constante movimento, e por isso, irrefletido (que não se reflete, que não se conceitua). É um movimento dialético em espiral entre o SER (fluxo de existência consciente) e o EU (a cristalização de um momento do fluxo).
Escolhemos as nossas características/personalidade/caráter
Sendo assim, tudo que diz respeito ao homem está disposto ao alcance dele, mas nada pertence à essência do ser humano. O caráter de uma pessoa não o acompanha por toda uma vida, não faz parte da essência daquela pessoa, mas aquela pessoa decide, dentre vários tipos de ser no mundo, aquele o qual a identificam como boazinha, ou ingênua, ou violenta, ou extrovertida, etc... Todos os dias, a cada momento o homem pode escolher “pegar” outra característica da personalidade e não aquela que ele está acostumado a se identificar, porque não é possível dizer o SER do homem, não é possível identificá-lo, cristalizá-lo como algo.
Liberdade = Escolher = Fazer = Comprometer-se
Um mundo de possibilidades se abre diante de cada escolha que se faz. E lembre-se que ESCOLHER = FAZER, COMPROMETER-SE. E esse mundo de possibilidades pode até ter variáveis iguais, mas em circunstâncias diferentes, pois são mundos