Invisibilidade social
Por não ser reconhecido ou minimamente notado, o indivíduo absorve o estigma, sendo esta, uma “profecia que se autocumpre”, e muitas vezes para serem notados, esses “meninos invisíveis” eventualmente emergem e nos confrontam com a sua violência, sendo essa atitude um esforço desesperado de ser reconhecido.
Fazendo um paralelo do documentário “Ônibus 174”, podemos pegar como exemplo o jovem Sandro, que sempre foi invisível para a sociedade, e para ser visto a forma que encontra é a violência. Com a arma nas mãos, ele produz sentimento de medo nas pessoas, mas um sentimento que gera a visibilidade, assim ele reafirma a sua existência social e é respeitado diante dessa atitude violenta.
Isso faz pensar a nossa incapacidade de lidar com essas questões, pois a violência, pobreza, e tragédias do dia-a-dia como esta do documentário, estão presentes de tal forma que se tornou algo natural, já não nos afeta, isso porque aprendemos a conviver com esses fatos, para ter a nossa “cota de felicidade”. De acordo Soares, é devido ao nosso mecanismo adaptativo, deixamos de ver esses meninos, para nós proteger, para livrar- nos da dor alheia e poupar-nos do sofrimento, “a gente deixa de ver os meninos porque, se visse, não conseguiria tocar a vida”.
Estamos fugindo para não ver essa situação, mas ela continua fortemente presente na sociedade, e desse modo nunca chegaremos a perceber esses meninos famintos de existência social, de