Interdisciplinaridade nas ações da saúde
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA
O corpo de conhecimentos ou as formas de trabalho que viriam a caracterizar a Fisioterapia parecem ter seguido a mesma direção das especialidades médicas, no sentido de compartimentalizar áreas de estudo e campos de atuação profissional. As especializações de tratamento foram convenientes ao sistema existente no século XIX. Não parecia importar por que surgia a patologia, ou a relevância da remoção ou do controle de seus determinantes.
De acordo com Japiassu (1976, p. 13), cada disciplina através de seu enfoque específico desenvolve instrumentos para conhecer a realidade e os problemas a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, é capaz de revelar uma dimensão do humano. Mas essa visão unidisciplinar necessariamente fragmenta o objeto e o reduz (de acordo com os próprios limites da disciplina). A disciplinaridade privilegia a decomposição do todo em partes. O enfoque disciplinar moderno promoveu a excessiva especialização e fragmentação, resultando em alienação e depauperamento do ser humano. Com o desenvolvimento das sociedades tendo em perspectiva a interconexão do conhecimento, buscando cada vez mais a instituição de dimensões mais ampliativas e globalizantes nas esferas do saber e do fazer, a tendência da disciplinaridade é ser transcendida.
As disciplinas isoladamente não dão conta de produzir as respostas necessárias a um mundo que é composto de uma multiplicidade de fatores que não são mutuamente excludentes e sim explicados uns em relação aos outros. O mundo não é feito de coisas isoladas, existe uma complementariedade de dimensões. A compreensão desse mundo exige uma visão da realidade que transcenda os limites disciplinares.
A interdisciplinaridade é uma das chaves para a superação desse desafio.De acordo com Demo (1993), a possibilidade de uma compreensão integral do ser humano e do processo saúde-doença, objeto do trabalho em saúde, passa necessariamente por uma abordagem